Andressa Monte, Bergson Araujo e Caio Cysne
Em meio a uma infinidade de conceitos e mistérios, a ciência alia razão e identidade para amenizar temores a um dos caminhos ao inevitável: a morte
Como lidar com a morte, com o fim? Antes de responder a pergunta é necessário compreender a morte: é a ruptura / quebra repentina de uma arquitetura complexa onde a dor arranca pedaços paulatinamente, fisicamente e mentalmente. A perda de familiares, amores, amigos, juventude, desequilibra o ser, pois o eu é sustentado em e por isso faz com que a pessoa se desconheça durante o processo.
Existem vários tipos de morte como o fim de um relacionamento; de uma amizade; a saída inesperada, até mesmo a planejada, de um emprego; a troca de cidade, entre outros encerramentos de ciclo. Esse fechamento de fases é importante e todos passaremos por eles e cada ser tem seu processo para atravessar esse momento, já que os rompimentos são particulares.
Na sociedade ocidental o assunto morte por muitas vezes é negligenciado. Para alguns é melhor não falar, é difícil encarar algo inevitável então deixar de lado é um caminho de menos dor. Alguns recorrem às religiões para entender e dar um sentido a esse sentimento. O medo do desconhecido sempre gerou a necessidade de uma explicação maior, e quando não se tinha uma resposta, os homens criaram deuses, mitos e lendas, com o tempo, a humanidade passou a refletir sobre o assunto e a teorizar.
Com o luto e a morte se tornando protagonistas do imaginário humano - sobretudo pela vivência com a pandemia - encontra-se uma necessidade ressonante de compreender a morte e suas consequências à saúde psíquica. Para entender um pouco mais sobre o assunto conversamos com integrantes do Centro de Orientação Sobre a Morte e o Ser (Cosmos), vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), o professor e doutor Gustavo Moura e a psicóloga Clarissa Cidade.